Pode parecer
estranho mencionarmos algo de físico na vida espiritual, contudo, estamos nos
referindo ao corpo espiritual. O espírito desencarnado não é uma nuvem de
fumaça ou qualquer outra coisa que se assemelhe. Ele possui um corpo espiritual
com características diferentes, é claro, do que tinha quando encarnado, mas
ainda um corpo. Esse corpo na doutrina espírita é chamado de perispírito.
Morrendo o
corpo carnal, renasce o espírito com o seu perispírito para a vida espiritual.
No caso do
suicida, o retorno à espiritualidade é forçado e à semelhança de um aborto de
um feto ou de um parto prematuro em que a criança é expulsa do ventre ou nasce
antes da hora, o espírito chega do outro lado em condição e momento inadequado.
O que se quer
dizer com isso? Chega lá impregnado de fluido vital, isto é, de força vital
própria da vida de encarnado que há pouco abandonou.
Isso por si
só já é fator de desconforto físico na vida espiritual. Aliás, a palavra desconforto é uma forma de
abrandar o quadro, pois que muitos espíritos relatam que em realidade o que
eles passam está mais para tormento infernal de uma dor superlativa.
Contudo,
outros reflexos indesejáveis advêm dessa atitude:
a) Marcas e
sensações desagradáveis no perispírito relacionadas ao tipo de morte a si mesmo
infligida. Falta de ar naqueles que se enforcaram, além das marcas no pescoço;
sensação de contínua queda nos que se jogaram e de afogamento nos que se
afogaram; orifício com contínuo sangramento e dor na lesão nos que se mataram
por tiros, etc.;
b) Vinculação
mais ou menos demorada aos despojos carnais, ou seja, ao cadáver pelo não
rompimento adequado dos laços que prendem o perispírito ao corpo. Essa
vinculação, como em tudo, não é geral em todos os casos, mas para aqueles que a
experimentam o sofrimento é muito grande. Relatam que sentem o apodrecimento e
o cheiro fétido da carne em decomposição, bem como a voracidade dos vermes que
dela se alimentam. Se cremados, possivelmente a sensação também não deve ser lá
muito agradável.
É de se
perguntar: por que o plano espiritual não intervém e retira, o quanto antes, o infeliz espírito
dos despojos carnais a que está vinculado? Em alguns casos isso pode ser feito
quase imediatamente pelos socorristas, mas não é regra geral. Para entendermos
essa aparente discriminação, basta fazermos uma analogia com pacientes aqui do
plano encarnado diagnosticados com uma determinada doença que requer cirurgia.
Dependendo do caso e das condições clínicas dos pacientes, talvez algum em
específico não possa ser operado. Questões como histórico médico, doenças crônicas,
idade, alergia, etc., pesam no julgamento do médico cirurgião para se decidir
pela cirurgia ou não. O mesmo ocorre com a espiritualidade, pois que cada caso
é um caso e requer soluções individuais e específicas.
Também não
podemos deixar de falar que, muito embora a espiritualidade detenha muitos
conhecimentos e recursos, há limites traçados pela natureza e pela justiça
divina que devem ser sempre respeitados, sob pena de prejuízo maior no futuro,
mesmo que a intenção seja muito boa num primeiro momento. Enfim, o fator tempo
em tudo deve ser respeitado para que o socorro seja efetivamente o adequado. Para saber mais: [clique aqui].
c) Persistência
inadequada para um espírito desencarnado do cordão fluídico vital, espécie de
cordão umbilical (no caso específico ele sai da nuca da entidade) que ligava o
espírito quando encarnado ao corpo físico. Referente cordão é na realidade
formado por todos os laços que prendem o espírito, ou melhor, o perispírito ao
corpo quando encarnado. Quando o espírito, durante a vida encarnada, sai do
corpo como, por exemplo, nas projeções astrais, esses laços, digamos, se
esticam e se unem numa espécie de corda energética, de modo que, vá para onde
for o espírito, ele sempre estará ligado ao seu corpo físico. Na morte natural
tais ligações corpóreas tendem a desaparecer ou são cortadas pelos espíritos
amigos que vão nos recepcionar na vida espiritual. Fazem algo mais ou menos
semelhante ao que os médicos obstetras fazem no parto de um bebê quando cortam
o cordão umbilical da criança. Enfim, pelo tipo de morte imprópria e violenta
que tiveram, alguns espíritos suicidas carregam por um bom tempo na vida
espiritual esse cordão grotescamente pendurado na nuca.
d) Não
podemos deixar de citar também, muito embora os espíritos de suicidas não sejam
os únicos a sentir isso, as sensações desagradáveis relacionadas às
necessidades do corpo físico quando ainda em vida. São elas: fome, sede, frio, insônia,
etc.
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