Como se dá o retorno de um suicida à vida carnal - Livro Memórias de um Suicida, Yvone A. Pereira - cap.V.
REENCARNAÇÃO
- É o homem um composto de tríplice natureza: – humana, astral
e espiritual, isto é – matéria, fluido e essência. Esse composto poderá também
ser traduzido em expressão mais concreta e popular, assimilável ao primeiro
grau de observação: – corpo carnal, corpo fluídico ou perispírito, e alma ou
Espírito, sendo que do último é que se irradiam Vida, Inteligência, Sentimento,
etc., etc. – centelha onde se verifica a essência divina e que no homem
assinala a hereditariedade celeste! Desses três corpos, o primeiro é
temporário, obedecendo apenas à necessidade das circunstâncias inalienáveis que
contornam o seu possuidor, fadado à desorganização total por sua própria
natureza putrescível, oriunda do limo primitivo: – é o de carne. O segundo é
imortal e tende a progredir, desenvolver-se, aperfeiçoar-se através dos
trabalhos incessantes nas lutas dos milênios: – é o fluídico; ao passo que o
Espírito, eterno como a Origem da qual provém, luz imperecível que tende a
rebrilhar sempre mais aformoseada até retratar em grau relativo o Fulgor
Supremo que lhe forneceu a Vida, para glória do seu mesmo Criador – é a
essência divina, imagem e semelhança – (que o será um dia) – do Todo-Poderoso
Deus!
- Vivendo na Terra, esse ser inteligente, que deverá evolver
pela Eternidade, denomina-se Homem! Sendo, portanto, o homem um Espírito
encarcerado num corpo de carne ou encarnado.
- Um Espírito volta várias vezes a tomar novo corpo carnal
sobre a Terra, nasce várias vezes a
fim de tornar a conviver nas sociedades terrenas, como Homem, exatamente como
este é levado a trocar de roupa muitas vezes...
- O suicida é um Espírito criminoso, falido nos compromissos
que tinha para com as Leis sábias, justas e imutáveis estabelecidas pelo
Criador, e que se vê obrigado a repetir a
experiência na Terra, tomando corpo novo, uma vez que destruiu aquele que a Lei
lhe confiara para instrumento de auxílio na conquista do próprio
aperfeiçoamento – depósito sagrado que ele antes deveria estimar e
respeitar do que destruir, visto que lhe não assistiam direitos de faltar aos
grandes compromissos da vida planetária, tomados antes do nascimento em
presença da própria consciência e ante a Paternidade Divina, que lhe fornecera
Vida e meios para tanto.
- O Espírito de um suicida voltará a novo corpo terreno em condições muito penosas de sofrimento,
agravadas pelas resultantes do grande desequilíbrio que o desesperado gesto
provocou no seu corpo astral, isto é, no perispírito.
- A volta de um suicida a um novo corpo carnal é a lei. É lei
inevitável, irrevogável! É expiação irremediável, à qual terá de se submeter
voluntariamente ou não, porque a seu próprio benefício outro recurso não haverá
senão a repetição do programa terreno que
deixou de executar.
- Sucumbindo ao suicídio o homem rejeita e destrói ensejo
sagrado, facultado por lei, para a conquista de situações honrosas e
dignificantes para a própria consciência, pois os sofrimentos, quando
heroicamente suportados, dominados pela vontade soberana de vencer, são como
esponja mágica a expungir da consciência culposa a caligem infamante, muitas
vezes, de um passado criminoso, em anteriores etapas terrenas. Mas se em vez do
heroísmo salvador, preferir o homem a fuga às labutas promissoras, valendo-se
de um autoatentado que bem revelará a vasa de inferioridade que lhe infelicita
o caráter, retardará o momento almejado para a satisfação dos mais caros
desejos, visto que jamais se poderá destruir porque a fonte de sua Vida reside
em seu Espírito e este é indestrutível e eterno como o Foco Sagrado de que
descendeu!
- Na Espiritualidade raramente o suicida permanecerá durante muito
tempo. Descerá à reencarnação prestamente, tal seja o acervo das danosas consequências
acarretadas; ou adiará o cumprimento daquela inalienável necessidade caso as
circunstâncias atenuantes forneçam capacidade para o ingresso em cursos de
aprendizado edificante, que facilitarão as pelejas futuras a prol de sua mesma reabilitação.
- O suicida é como que um clandestino da Espiritualidade. As
leis que regulam a harmonia do mundo invisível são contrariadas com sua
presença em seus páramos antes da época determinada e legal; e tolerados são e
amparados e convenientemente encaminhados porque a excelência das mesmas,
derramada do seio amoroso do Pai Altíssimo, estabeleceu que a todos os
pecadores sejam incessantemente renovadas as oportunidades de corrigenda e
reabilitação!
- Renascendo em novo corpo carnal, remontará o suicida à
programação de trabalhos e prélios diversos aos quais imaginou erradamente
poder escapar pelos atalhos do suicídio; experimentará novamente tarefas,
provações semelhantes ou absolutamente idênticas às que pretendera arredar;
passará inevitavelmente pela tentação do mesmo suicídio, porque ele mesmo se
colocou nessa difícil circunstância carreando para a reencarnação expiatória as
amargas consequências do passado delituoso! A tal tentação, porém, poderá
resistir, visto que na Espiritualidade foi devidamente esclarecido, preparado
para essa resistência. Se contudo vier a falir por uma segunda vez – o que será
improvável –, multiplicar-se-á sua responsabilidade, multiplicando-se, por isso
mesmo, desastrosamente, as séries de sofrimentos e pelejas reabilitadoras,
visto que é imortal!
- O estado indefinível, de angústia inconsolável, de
inquietação aflitiva e tristeza e insatisfação permanentes; as situações
anormais que se decalcam e sucedem na alma, na mente e na vida de um suicida
reencarnado, indescritíveis à compreensão humana e só assimiláveis por ele
mesmo, somente lhe permitirão o retorno à normalidade ao findar das causas que
as provocaram, após existências expiatórias, testemunhos severos onde seus
valores morais serão duramente
comprovados, acompanhando-se de lágrimas ininterruptas, realizações nobilitantes, renúncias dolorosas de que se
não poderá isentar... podendo tão dificultoso labor dele exigir a perseverança
de um século de lutas, de dois séculos... talvez mais... tais sejam o grau dos
próprios deméritos e as disposições para as refregas justas e inalienáveis!
Muitas vezes vemos pessoas que se suicidam porque foram agredidas e violentadas, como a espiritualidade do autor do texto percebe esta situação?
ResponderExcluirMeu nome é Carmen Sampaio
carmen.astrologia@gmail.com
Para não incorrermos em julgamentos descaridosos, nos limitamos a relembrar Jesus:
Excluir“Não resistais ao maligno; mas a qualquer que te bater na face direita oferece-lhe também a outra; e ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se só amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Portanto sede vós perfeitos como perfeito é vosso Pai Celeste.” (Mateus, 5. 39-48)
Forte abraço.