De certo
modo, essa sensação chamada “dor” permeia todas as demais causas e
consequências do suicídio que aqui estão sendo relatadas, mas apesar disso
merece que procuremos meditar um pouco mais a fundo sobre ela.
A dor, seja
física ou emocional, é sempre dor. Difícil é dimensionar a dor do outro e, em
alguns casos, a de si próprio, pois que como costumamos dizer: “a pior dor que
existe é aquela que se está sentindo”. Por isso, todo cuidado é pouco para se tratar
essa universal e desagradável experiência humana.
Mas uma coisa
não pode ser esquecida nesta análise: a intensidade da dor.
A percepção
individual de cada um é muito variada, pois o que para um é uma dor superlativa
para outro não passa de um simples arranhão. Tudo vai mesmo da forma como cada
qual percebe o mundo à sua volta e de como é e sente a sua realidade interior.
“Toda dor vem do desejo de não se sentir dor”, asseverava o poeta.
Talvez seja
por isso que alguns procuram distinguir as palavras: dor e sofrimento. Para
estes dor seria a sensação desagradável, e sofrimento a intensidade que cada
qual percebe e reage à referida sensação. Ou seja, a dor é comum, mas o
sofrimento é particular, quase uma escolha. Contudo, preferimos ficar apenas
com o termo dor, pois como já dissemos acima: dor é sempre dor.
Alguém já
disse alhures que todos nós somos programados para sermos felizes. É da nossa
natureza a busca da felicidade. Fazendo uma análise mais racional da realidade
percebemos que toda busca tem necessariamente três elementos básicos: destino,
vontade e meio. Destino é a felicidade em si; vontade é a concordância interna
e o combustível que leva a tal destino; e o meio é como se chegará a ele, no
qual se incluem quase sempre os obstáculos naturais do caminho.
A dor é, via
de regra, efeito de alguma escolha equivocada na busca da felicidade, mas ao
mesmo tempo também é meio – não o único, mas meio – para se atingir essa mesma
felicidade, mas agora em um nível superior proporcionado pela experiência
trazida por ela mesma.
Pode-se
perguntar: como é possível a dor combinar com felicidade? Ora, responderemos
que da mesma forma que o fogo, na medida certa, combina com o cozimento de uma
boa comida. Também podemos considerar o fato de que em muitos casos o sucesso
em qualquer área, inclusive a espiritual, só vem depois de certas disciplinas
bem desagradáveis.
Ninguém busca
a dor, mas há circunstâncias em que ela nos é imposta pela vida, sem
alternativa, pelo menos a curto prazo. E é nesse momento que devemos vê-la como
meio. Meio de evolução, de aprendizado, de teste de nossas fibras e de vivência
do autoamor.
Toda dor
passa, mas nós não. Decepção, frustração, perda, separação, luto, culpa,
arrependimento, insucesso, medo, solidão, tédio, doença, depressão, etc., são
fogos-fátuos, ou seja, têm efeito passageiro no espírito imortal que todos nós
somos.
Assim como o
um incêndio requer água, toda doença, seja física ou seja da alma, pede remédio; assim
como toda dor pede alívio e cura. E como já está muito bem relatado neste blog
pelos espíritos, o suicídio só gera mais dor ao invés de aliviá-la (clique aqui e veja um triste exemplo).
Por isso se
uma recomendação pode ser feita neste assunto é: trabalhe a aceitação da sua
dor, fazendo uso da fé, da compreensão e da esperança. Mas aceite, não aceitando. Queremos dizer
com isso é que só se aceita dor enquanto ela não pode ser mudada. Esta
aceitação deve ser uma aceitação ativa e não passiva. Ativa na busca incessante
da solução: seja física, seja emocional, seja espiritual, seja social, seja
familiar ou sejam todas juntas e o mais
que se apresentar de necessário e principalmente de salutar para o espírito
imortal.
Por fim,
confiar em Deus e no futuro que Ele nos reserva é medida também altamente
recomendável quando diante da dor, uma vez que a solução
há de chegar mais tempo ou menos tempo, e não há mal que eternamente dure. "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados", promete Jesus.
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